Meninos não choram, digo, não choravam...  

Posted by Prof. Maxsuel Andrade Soares in


Meninos não choram! Eis uma expressão que nossa geração passada escutou por diversas vezes. Mas o “tempo não pára” como diria Cazuza. E o homem se transformou e foi transformado com o tempo. José Guilher Couto de Oliveira, escreveu um artigo no Jornal Nexos, fazendo um belo levantamento da transformação do papel do homem no decorrer do tempo. Vejam:
“Ser homem hoje num centro urbano, é o mesmo que é entre os ianomanis ou o que era entre os bandeirantes da época colonial?
Não, não é.
Porque ser homem não é uma questão apenas biológica, as diferentes masculinidades se constróem conforme a sua cultura.
Ser homem é algo a ser conquistado pelo menino, é algo absorvido de uma expectativa social que já começa antes mesmo da escolha da cor das roupas do bebê, permeia seus brinquedos, seus podes e não-podes, seus heróis, seus esportes, seu estudo, seus amigos e suas paqueras, sua profissão, seu papel na família.
Uma expectativa social tão profunda que só percebemos a ponta de seu iceberg, mas que vai influenciar o que este homem vai poder desenvolver com esta mesma profundidade.
Por muito tempo, ao homem foi reservado o espaço do prover; à mulher coube o espaço do cuidar.
Ao homem coube o espaço fora de casa, de caçar, de construir, de produzir; à mulher o espaço do lar, de nutrir de comida e afeto, de educar, de se responsabilizar pelo outro.
E a mulher educou os meninos a desenvolver mais alguns sentimentos e as meninas outros. A expressão da raiva coube ao masculino por favorecer a agressividade necessária ao provedor, a expressão da ternura coube ao feminino por favorecer à nutrição e ao cuidado. Ao masculino coube o fazer, ao feminino coube o sentir. O menino nem mesmo aprendeu a reconhecer o que sente e poder falar sobre seus sentimentos.
Mas às culturas mudam, e as mulheres entram no mercado de trabalho, a automação progride, o capital internacional se desloca da produção para a especulação financeira gerando uma sociedade sem empregos. O trabalho se especializa tanto que o homem não conhece o que produz. O desemprego e o sub-emprego crescem, e com eles a crise de poder do homem que não consegue mais cumprir o papel que é dele esperado.
Sem ter desenvolvido uma capacidade de expressão emocional, faltam aos homens palavras para elaborar essa transformação. Sem palavras, sentindo-se ferido, ele uso o punho como defesa e se torna violento.
Mas qual tem sido o modelo do homem masculino? O machão.
O estereótipo do machão é centrado nos excessos: de sexo, atividade, velocidade, poder, etc. Ele é insensível, vingativo, arrogante, reservado, frio, prepotente, autoritário, rebelde, dominador, cínico, exibicionista, cheio de si, voltado para a ação em detrimento dos sentimentos, incapaz de controlar seus desejos. Sua valentia encobre o enorme medo que tem do desamparo, de aceitar a sua receptividade, de ter consciência da dor.
Em resumo, do homem se espera que ele seja desumano. Violentado na sua humanidade, o homem se volta violento.
Toda violência é prepotente. Toda prepotência é uma reação a uma impotência a ser escondida. Quando não há o poder real, no sentido de uma capacidade para realizar, surge o poder de dominação. Quem realmente pode, não necessita dominar.
Antes expulso do espaço da casa, o homem hoje está sendo expulso do próprio espaço social ao lhe ser subtraído o papel de provedor.
Seu refúgio? A ilusão. Ao invés de produzir realidades passa a consumir imagens.
Ao perder as disputas reais, busca um outro espaço onde possa vencê-las. Seus heróis, nos filmes de ação lutam por ele, nas novelas transam por ele, e os robôs produzem por ele carros na fábrica onde ele trabalhava. Ao menos assim ainda se sente inserido na sociedade, e como ela é rica e poderosa por trás das telas e vitrines. Mas ele luta sim, ontem destruiu todos os bandidos no vídeo-game, transa pelo disque-sexo e pela Internet, e algum dia ainda vai comprar aquele carro fantástico quando ganhar na sena.
Ao perder a sua força real, o homem de hoje retoca a sua imagem para não perder a pose; malha, mas hoje seus músculos não mais constróem, só servem para ele se exibir. Vive em um espaço tão virtual quanto o H de Homem.
Sua alternativa? Conquistar os espaços da realidade perdida: no lar, na intimidade do seu corpo, na expressão de sua emoção, na integração do seu afeto com sua sexualidade, qualquer que seja sua orientação sexual.
Surge um novo omem sem H que quer liberar a sua lágrima, poder dizer não na cama, ser tirado para dançar, receber flores, trocar fraldas, simbolizar seu órgão de amor mais por coisas gostosas do que por instrumentos de guerra (expressões extraídas do manifesto masculinista); em suma, resgatar o espaço de sua sensibilidade, descobrir que há um coração pulsante escondido sob esse peito.
Percebe que foi ele mesmo quem construiu este espaço social de uma frieza que agora o exclui, e que portanto pode alterá-lo.
Para reconquistá-lo só precisa do calor de seu próprio coração.”

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Consultado em 17/05/10 http://www.orgonizando.psc.br/zeg/ser_homem_hoje.htm
José Guilherme Couto de Oliveira. Publicado no Jornal Nexos nº 8 - out/1999 (O que é ser homem?)

Por que estudar?  

Posted by Prof. Maxsuel Andrade Soares in




As vezes você acha que estudar é uma chatice? Nós professores e, provavelmente seus pais, já pensamos o mesmo em algum momento em nossas vidas. Mas por um caminho ou por outro, acabamos descobrindo a importância da educação escolar que, juntamente com outro tipo de educação - a familiar, por exemplo -, contribui para a formação do seres humanos que somos hoje.
A escola é um grande centro de confraternização de jovens e adultos, onde você irá desenvolver uma visão mais ampla do mundo e da sociedade em que vivemos. A escola pode e deve prepara-lo para lutar pelos seus direitos, para não admitir preconceitos e exclusão social, para respeitar as idéias e crenças das outras pessoas. E a sala de aula, qualquer que seja a disciplina em pauta, é um local privilegiado para esse aprendizado e reflexão.
Nas aulas de História, você se dedicará ao estudo da trajetória da humanidade, sempre analisando vários aspectos - político, econômico, social, religioso - envolvido em cada tema abordado. Você aprenderá que os seres humanos são os únicocs animais capazes de criar cultura, de transformar seus padrões de comportamento, de projetar para o futuro suas realizações, enfim, de construir sua própria História.
A preocupação com sua formação intelectual e de cidadão ou cidadã, está no foco da disciplina de História, Filosofia, Sociologia e Arte.. Por isso nós discutimos as origens do Estado e da Propriedade; classes dominantes e dominadas; o processo que gerou as democracias atuais; cultura popular e cultura erudita; trabalho, escravo e servidão; racismo e discriminação; religião e fanatismo religioso; movimentos camponeses e movimentos operários; exclusão social; lutas e conquistas sociais; manifestações artíticas; movimentos feministas, machistas e GLS; os problemas das drogas e da aids, entre outros temas.
Lembre-se: todo esse conhecimento será muito importante para o exercício da cidadania. Entender o desenrolar dos processoas históricos significa contar com um poderoso instrumento para defender seus direitos e tomar consciência de seus desafios no mundo conteporâneo. Um mundo caracterizado pela rapidez com que circulam as informações, pelas complexidades das relações humanas e entre as nações, pela constante transformação da realidade.
A educação escolar abre-nos caminhos para esse conhecimento, para essa defesa, para essa segurança. E a História pode ser a bússola que orienta e que facilita a sua jornada por esses caminhos. Espero poder transmití-lo a importância das duas: da Educação e da História.
Estudar pode ser muito "maneiro", quando tenho consciência de sua importância pra minha vida e pra minha sociedade. É isso aí! Vamos nessa, estudem. Boas aulas.

História X Alunos  

Posted by Prof. Maxsuel Andrade Soares in

Havia um grande descontetamento entre alunos e a maneira que a abordagem da História era proposta. Partindo do presuposto que os alunos são alegres, abertos, e dinâmicos. A abordagem era chata, fechada e cansativa.
Com essa nova consciência, pretendemos superar esse desencontro. Fazer as pazes com os alunos. Por isso, nós professores, precisamos mudar nossa abordagem fazendo as seguintes considerações:
Porque o aluno raciocina, devemos ser contra a "descoberta" do Brasil.
Porque os alunos quer as "verdades", devemos ser sinceros e sem mistificações.
Porque os alunos detestam coisas confusas, devemos fazer um discurso claro e direto.
Porque o aluno é jovem e criativo, nossas aulas devem ter um enfoque moderno, crítico e atualizado.
Porque estamos do lado dos que lutam e trabalham honestamente, devemos falar de uma história contra os exploradores e corruptos.
Porque a História do Brasil faz parte de nossas vidas, devemos expo-la de um modo que provoque e estimule nos alunos a participação na realidade social.
Estudar História não é decorar um catálogo frio de datas e nomes, fatos e feitos.
"Estudar históia é adquirir consciência. Consciência do que fomos para transformar o que somos." Gilberto Cotrim

Disciplina: História  

Posted by Prof. Maxsuel Andrade Soares in






Uma das principais pergunta que ouço constantemente, (principalmente de meus alunos), "por que eu devo aprender história?" Qual é a importância desta disciplina? Perguntas tão simples mas ao mesmo tempo tão desafiadoras para mim enquanto profissional da área. Nesse blog pretendo construir um simples, porém não superficial, roteiro sintetisado dos principais aspectos do processo história. Um roteiro elaborado dentro de uma concepção de história sem apegos ao detalhe episódico, sem exaltação romântica dos heróis oficiais, sem o tradicional amontoado de datas e nomes históricos, sendo apenas um ponto de partida, mas nunca um ponto de chegada. O conteúdo que aqui escreverei é pra ser lido discutido, ampliado e questionado. Nenhum documento é um depósito do saber absoluto, pronto e acabado.
Espero que este Blog possa possibilitar uma reflexão história, ampliar a consciência do que fomos para transformar o que somos. Se estamos vivendo os efeitos causados pelo passado, saiba que também já estamos causando os efeitos do futuro. Tudo esta conectado. E você faz parte desta conexão. Vamos nessa viagem no tempo/espaço comigo. Lembre: leia, reflita, comente, critique. Sua participação faz parte da construção deste blog.
Muito obrigado pela visita, e volte sempre.